De cada 10 empresas que nascem no Brasil, seis morrem antes de completar um ano. Sofrem com a falta de planejamento e, principalmente, com a escassez de crédito. Um cenário desanimador. A boa notícia para os candidatos a empreendedores é que existe um caminho menos tortuoso em franca expansão no País: as incubadoras de empresas. Dentro delas, o índice de mortalidade é bem menor, de 20%. Essas fábricas de fazer negócio não param de crescer. No ano passado, eram 150. Hoje são 234 gerando 1.731 empresas nas mais diversas áreas, de tecnologia a confecção de sapatos. O resultado coloca o Brasil em 3o lugar no ranking de países com maior número de incubadoras, atrás de EUA e China. Em 2001, as brasileiras receberam R$ 20 milhões em investimentos. ?Essa conquista pode atrair mais capital para o setor?, diz Luís Bermudes, presidente da associação brasileira de incubadoras, a Anprotec.

Não é fácil entrar para o seleto grupo das empresas incubadas. É preciso um bom projeto para passar nesse vestibular. Para os aprovados, o futuro é promissor. Além de espaço físico, linha telefônica e computadores, o que as incubadoras oferecem ? e que enche os olhos de empresários iniciantes ? são as consultorias. Os especialistas estão por todos os lados: advogados, contadores, marketeiros. Tudo isso pode durar até quatro anos. ?Essas empresas já nascem com faturamento?, diz Bermudes. As incubadoras, que sustentam os novos empresários, geralmente são ligadas a universidades. O governo também tem seus canais de incentivo, como o Sebrae, que na semana passada divulgou um edital para empresas-calouras, que vai consumir R$ 14 milhões. Elas se espelham em veteranas como a cearense Naturel, que em dois anos atingiu uma receita de R$ 18 milhões, produzindo remédios naturais. Ao todo, as incubadoras brasileiras faturaram R$ 600 milhões no último ano.