Os juros futuros de curto e médio prazos fecharam estáveis, nas mínimas, e os de longo prazo, em alta, a sessão regular desta sexta-feira, 17, mas desaceleraram o ritmo na última hora de negócios. A melhora esteve alinhada a um alívio registrado nos mercados de moedas, após a informação de que Estados Unidos e China estão ampliando esforços em torno de uma solução para as disputas comerciais de ambos. Na maior parte do dia, prevaleceu a cautela com a crise na Turquia e mais ruídos no cenário eleitoral, que mantiveram o investidor na defensiva.

A taxa do DI para janeiro de 2020 fechou na mínima de 8,19%, de 8,20% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 também terminou na mínima, em 9,26%, estável ante o ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 subiu de 10,79% para 10,85%, distante da máxima de 11,07%. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a 11,60%, de 11,50%.

O dólar, que chegou hoje nas máximas a superar os R$ 3,95, fechou em R$ 3,9142 (+0,29%), em linha com o enfraquecimento no exterior. Os investidores voltaram a acreditar num desfecho positivo nas negociações comerciais entre norte-americanos e chineses, depois que autoridades de ambos os governos disseram que negociadores estão traçando um planejamento para que os diálogos comerciais que serão retomados na semana que vem culminem com uma solução em reuniões entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, em cúpulas multilaterais em novembro.

Mais cedo, ainda pelo lado externo, a Justiça turca rejeitou mais um pedido de liberdade do pastor americano Andrew Brunson, que está em prisão domiciliar, o que voltou a imprimir perdas para a lira, com impacto nas demais moedas de economias emergentes, incluindo o real. Internamente, pesquisa mostrando crescimento nas intenções de voto para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, num cenário em que substitui o candidato do PT, o ex-presidente Lula, reforçou o desconforto com o quadro eleitoral, aumentando a cautela com o debate entre os presidenciáveis na TV, esta noite.

Ainda na política, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já começou a encaminhar ao ministro Luís Roberto Barroso as ações que contestam o registro de candidatura de Lula. Até o momento, dois já foram enviados a Barroso. E, após a manifestação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) solicitando ao Brasil que garanta os direitos políticos do ex-presidente durante as eleições, os advogados do petista afirmaram que o órgão não fez uma “recomendação” ao País, mas que se trata de uma “decisão” que precisa ser cumprida imediatamente por todos os órgãos brasileiros.