Os 70 anos de atuação do fotógrafo German Lorca são destaque no Itaú Cultural, em São Paulo. De hoje (25) até 4 de novembro, o público pode conferir a mostra German Lorca: Mosaico do Tempo, 70 Anos de Fotografia. Com mais de 150 imagens, além de séries e ensaios fotográficos, projeções, objetos e premiações, a exposição sintetiza a vivência pessoal e profissional de um grande contador de histórias, que continua registrando tudo o que desperta seu olhar aos 96 anos de idade.

Para os curadores Rubens Fernandes Junior e José Henrique, as fotografias de Lorca expressam de modo exemplar toda a experiência do período modernista. Segundo eles, as imagens chegam aos dias atuais com o mesmo frescor que o aproximam de algumas manifestações e de alguns procedimentos da arte contemporânea.

“É um grande desafio orquestrar tantas variáveis temáticas, além dos diferentes formatos por ele utilizados, mas, dentro do possível, formatamos núcleos que pudessem tanto valorizar suas fotografias mais representativas quanto evidenciar as imagens que foram de circulação mais restrita”, diz Fernandes.

Quando jovem, Lorca foi contabilista e passou rapidamente para o status de precursor no Foto Cineclube Bandeirante, onde se consolidou como fotógrafo profissional. Ele teve um estúdio, onde fazia ensaios, fotos autorais e publicidade. Fotografou a paisagem urbana de São Paulo de 1947 a 2004, reunindo um conjunto de imagens que acompanham a construção da cidade. Além de fazer retratos, Lorca foi retratado por nomes importante deste segmento, como Geraldo de Barros.

As mais de 150 fotografias do amplo acervo do artista disponíveis na mostra foram divididas em sete temas: Foto Cine Clube Bandeirante, fotografia de arte, fotografia publicitária, São Paulo, retratos, autorretratos e altos retratos – este composto de imagens de outros fotógrafos que retrataram o homenageado.

Além das obras artísticas e publicitárias, estão expostos objetos pessoais, prêmios, troféus, medalhas e homenagens que marcam os momentos importantes da carreira do fotógrafo. Há ainda uma vitrine exibe as principais câmeras que fizeram parte de seu percurso na fotografia – da primeira, uma Welta Welti com objetiva Tessar 2.8/50 e lente Carl Zeiss formato 35 mm, adquirida em 1947 no Brás, até a mais recente, uma Leica digital, Entre os equipamentos, estão Rolleiflex, Hasselblad e Nikon.

“São as informações distintas que deixam clara e transparente nossa verdadeira intenção”, destaca Fernandes. “Elaborar um exercício de presentificar o passado, seja exibindo seu mundo técnico e afetivo, seja ocupando o espaço com a magia das imagens.”