O exército dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (18) um aumento de seu destacamento no nordeste da Síria, após vários incidentes que colocaram as forças americanas contra os militares russos na região, onde Washington agora mantém uma presença limitada.

O Comando Central do Exército dos Estados Unidos (Centcom) no Oriente Médio “implantou um radar Sentinel, aumentou a frequência das patrulhas aéreas em áreas controladas pelas forças americanas e colocou veículos de combate Bradley” na área controlada por Washington e seus aliados curdos, disse em nota o porta-voz do Centcom, comandante Bill Urban.

Os tanques foram transportados por avião a partir de uma base no Kuwait, acrescentou em outro comunicado o porta-voz da coalizão anti-jihadista, coronel Wayne Marotto.

Os Bradley haviam sido retirados da área em outubro do ano passado por decisão do presidente Donald Trump, que tentou no início de 2019 remover todas as tropas de seu país da Síria, antes de concordar em manter algumas centenas de soldados para proteger os poços de petróleo.

De acordo com um oficial americano que pediu anonimato, o número de veículos blindados enviados como reforço não passou de meia dúzia e “menos de 100” soldados foram enviados para manobrá-los.

Sem mencionar a Rússia, Urban disse que os movimentos visam “ajudar a garantir a segurança das forças da coalizão” e que os Estados Unidos “não buscam conflito com nenhuma outra nação na Síria, mas defenderão as forças da coalizão, se necessário”.

Porém, o oficial disse que as ações “são um sinal claro para que a Rússia adote a desarticulação mútua do conflito e para que a Rússia e outros grupos evitem ações não profissionais, inseguras e provocativas no nordeste da Síria”.

Nas últimas semanas, vários incidentes colocaram os militares dos EUA contra as forças russas, atualmente destacadas ao longo da fronteira turca após um acordo com Ancara. No fim de agosto, sete soldados americanos ficaram feridos em uma colisão com um veículo russo.

Vídeos postados no Twitter, aparentemente filmados por testemunhas e pelos próprios russos, mostraram blindados e helicópteros russos tentando bloquear veículos americanos e, em seguida, os forçando a deixar o local.

Tropas dos EUA e mercenários da Rússia costumam ter contato na Síria, mas os confrontos são raros.

Em fevereiro de 2018, mercenários russos atacaram um posto de comando das Forças Democráticas da Síria (SDF), os aliados curdos dos Estados Unidos, perto da cidade de Deir Ezzor. Soldados americanos no prédio alertaram a coalizão, que respondeu com um ataque aéreo que matou entre 100 e 200 russos.