Militares armados impediram neste sábado que milhares de manifestantes tivessem acesso ao palácio presidencial em Harare para pedir a renúncia do presidente Robert Mugabe, constatou a AFP.

Os manifestantes, que participam no dia nacional de mobilização para obter a renúncia de Mugabe – que se encontra sob prisão domiciliar decretada pelo exército – se sentaram na calçada em sinal de protesto, a poucos menos de 200 metros do palácio presidencial.

Estas manifestações contra Mugabe, que começaram de forma pacífica na manhã deste sábado, encerram uma semana de crise política sem precedentes no Zimbábue, onde as Forças ARmadas tomaram o controle do país e colocaram em prisão domiciliar o chefe de Estado no poder desde 1980.

A intervenção do exército representa uma guinada no longo reinado de Mugabe, marcado pela repressão de qualquer oposição e uma grave crise econômica.

O protesto foi organizado pelos veteranos da guerra da independência – importantes atores da vida política do país – e movimentos da sociedade civil, entre eles o ThisFlag, do pastor Ewan Mawarire, uma das figuras-chave do movimento contra Mugabe reprimido em 2016 pelas forças de segurança.

Os militares estavam presentes nas ruas de Harare, mas, desta vez, os manifestantes os saudavam e apertavam suas mãos. Alguns, inclusive, tiravam fotos junto ao chefe do Estado-Maior, o general Constantino Chiwenga.