O conselho de administração do Itaú Unibanco escolheu o executivo Milton Maluhy Filho como o novo presidente da instituição financeira. Ele assume o cargo no dia 2 de fevereiro de 2021, após um período em que trabalhará em conjunto com o atual presidente, Candido Bracher, que deixa o cargo porque vai completar a idade máxima para permanência no posto, de 62 anos, no mês de dezembro. O maior banco privado do País anunciou a decisão na noite desta quinta, 29.

Maluhy Filho, de 44 anos, está no banco desde janeiro de 2002. Ele exerceu, nesses 18 anos, diversas posições dentro do banco, incluindo diretor executivo da Rede (empresa de máquinas de pagamento) e da área de cartões de crédito. Ele também foi presidente do banco no Chile e vice-presidente da área de riscos e finanças. Nas últimas semanas, o executivo já vinha sendo apontado pelo mercado como um dos principais candidatos ao cargo.

“Em todas essas posições, (Maluhy Filho) sempre se destacou pela determinação na busca de resultados, pelo foco no interesse do cliente (…) e pela grande identificação com a nossa cultura”, disse o Itaú, em comunicado assinado por Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, copresidentes do conselho de administração. Maluhy Filho é sócio do banco desde 2011.

A busca por um executivo mais jovem reflete tanto a possibilidade de permanência de um período mais longo no cargo quanto o desafio de digitalização que o Itaú tem pela frente. Candido Bracher substituiu Roberto Setubal, que faz parte de uma das famílias controladoras da instituição, e vai permanecer no cargo por pouco menos de quatro anos. Depois de seis meses dividindo as tarefas com Setubal, ele se tornou presidente de fato em abril de 2017.

Desafios

O novo líder terá a tarefa de aprofundar a transição digital – desafio que deixará de ser transitório e passará a ser permanente, de acordo com fontes do mercado financeiro. Ao contrário do Bradesco, que criou um banco digital separado, o Next, a escolha do Itaú foi a de trazer as inovações para a marca principal.

Outro ponto de tensão, comum aos demais bancos, deve ser o aumento da inadimplência previsto para o início do ano que vem, com o fim da extensão de prazos para pagamentos de débitos e o fim do auxílio emergencial, que pode achatar a renda das pessoas físicas. O temor do mercado financeiro é que, caso os calotes cresçam em excesso, novas provisões (reservas financeiras) para fazer frente aos prejuízos sejam necessárias.

Os demais grandes bancos privados do País – Santander Brasil e Bradesco – mostraram resultados melhores no terceiro trimestre, em relação ao período anterior, considerado o auge da pandemia de covid-19 no Brasil. O Itaú Unibanco vai divulgar seus resultados de julho a setembro na terça-feira, dia 3 de novembro.