O gerente geral de uma hidrelétrica em Honduras se tornou nesta segunda-feira o oitavo condenado pelo assassinato da ambientalista Berta Cáceres, opositora ferrenha de um projeto desenvolvido pela empresa em território indígena, ocorrido em 2016.

“Roberto David Castillo teve participação na presente causa como coautor do crime de assassinato”, anunciou a juíza em audiência pública.

O tribunal convocou uma nova audiência para 3 de agosto, a fim de definir a pena de Castillo, gerente geral da Desarrollos Energéticos S.A. (Desa) e militar reformado. Na sessão de hoje, foi revelado o conteúdo de telefonemas entre Castillo e sete pessoas condenadas em 2019 a penas de 30 a 50 anos de prisão pelo assassinato da ambientalista, ganhadora do Prêmio Goldman de Meio Ambiente 2015.

Berta Cáceres, coordenadora do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), foi assassinada por ordem da Desa, por se opor – com manifestações de indígenas – à construção de uma hidrelétrica no rio Gualcarque, especificou a juíza.

A resolução “é um grão de areia na justiça pelo assassinato de minha mãe”, disse Laura Zúniga. “Hoje nos sentimos felizes. O povo hondurenho está farto de tanta impunidade e morte. Falta o próximo passo”, acrescentou. A família Cáceres e a liderança do Copinh exigem a punição de Castillo e dos sócios da Desa, membros de famílias influentes de banqueiros.

Castillo foi preso em 2018, como suposto autor intelectual do assassinato. Segundo a promotoria, o militar reformado e dois executivos da Desa que estão entre os cinco condenados contrataram os matadores que tiraram a vida da ambientalista.