Por Andrew MacAskill

LONDRES (Reuters) – O ex-tenista alemão Boris Becker foi condenado a 2 anos e meio de prisão por um tribunal de Londres, nesta sexta-feira, por esconder centenas de milhares de libras em ativos após ter a falência decretada.

Becker foi condenado por quatro acusações sob a Lei de Insolvência do Reino Unido, incluindo a não divulgação, ocultação e remoção de ativos significativos após um julgamento de falência.

O campeão de seis torneios do Grand Slam, de 54 anos, foi considerado culpado de transferir dinheiro para sua ex-mulher Barbara e sua esposa afastada Sharlely após sua falência em 2017.

“É notável que você não demonstrou remorso ou aceitação de sua culpa”, disse a juíza Deborah Taylor a Becker ao condená-lo no Tribunal da Coroa de Southwark, em Londres. “Não houve humildade”.

A juíza disse que Becker cumpriria metade de sua sentença atrás das grades e o restante em liberdade condicional. Becker, cuja atual parceira, Lillian, e o filho Noah estavam no tribunal, olhou para frente sem demonstrar emoção enquanto a sentença era proferida.

Ele fora anteriormente condenado por evasão fiscal na Alemanha em 2002, mas sem pena de prisão.

Durante o julgamento, foram demonstrados detalhes sobre a carreira de Becker e como o ex-número um do mundo, que ganhou o torneio de Wimbledon três vezes, perdeu sua fortuna após sua aposentadoria.

O júri ouviu como ele alegou não saber a localização de alguns de seus troféus, como tomou um empréstimo com juros altos de um dos empresários mais ricos do Reino Unido, e tentou evitar a falência alegando ter proteção diplomática da República Centro-Africana.

Becker “foi seletivo na declaração de seus bens”, disse a promotora Rebecca Chalkley.

O ex-campeão de tênis teve falência decretada devido a uma dívida com o banco Arbuthnot Latham & Co e, sob os termos da lei de falência, ele era obrigado a fornecer a divulgação total de seus ativos.

Ele foi condenado por não declarar uma propriedade na Alemanha, esconder um empréstimo bancário de 825.000 euros e ações em uma empresa de tecnologia canadense.

Ele havia negado todas as acusações, dizendo que havia cooperado com o processo de falência –até mesmo oferecendo sua aliança de casamento– e havia confiado em seus assessores.

“Sua reputação, parte essencial da marca, que lhe dá trabalho, está em farrapos”, disse o advogado de Becker, Jonathan Laidlaw. “Sua queda não é simplesmente uma queda da graça, e equivale à mais pública das humilhações”.

((Tradução Redação Rio de Janeiro))

REUTERS PF

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