Uma ex-professora americana que se converteu em liderança do Estado Islâmico (EI) e organizou um batalhão militar composto apenas por mulheres se declarou culpada nesta terça-feira (7) de apoiar um grupo terrorista estrangeiro, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Allison Fluke-Ekren, 42, nascida no Kansas (centro), admitiu que se envolveu em “atividades relacionadas com terrorismo” em Síria, Líbia e Iraque entre 2011 e 2019.

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“Allison serviu como líder e organizadora de um batalhão militar do EI conhecido como Khatiba Nusaybah, para o qual treinou mulheres no uso de rifles de assalto AK-47 de disparo automático, granadas e cinturões suicidas” com explosivos, assinalou o Departamento. “Mais de 100 mulheres e meninas, mesmo com 10 ou 11 anos de idade, receberam treinamento militar de Allison na Síria em nome do EI.”

Seu marido foi integrante do grupo extremista Ansar al-Sharia, que atacou uma missão americana em Benghazi, Líbia, em 2012, e depois se converteu em líder de um grupo de franco-atiradores do Estado Islâmico na Síria. O Departamento assinalou que ambos estiveram envolvidos em atividades extremistas no Oriente Médio após deixarem os Estados Unidos em 2011.

Entre 2016 e 2017, Allison se tornou líder do batalhão de mulheres Khatiba Nusaybah, que implicava treinamento físico, médico e de armas para apoiar o EI. Ela foi detida na Síria depois da derrota territorial do Estado Islâmico no início de 2019, e voltou aos Estados Unidos em 28 de janeiro.

“Nunca nenhum de nós que a conhecemos antes pensávamos que ela acabaria como hoje”, disse Larry Miller, professor de ciências aposentado, ao meio Topeka Capital-Journal em janeiro.

Allison nasceu em uma fazenda do Kansas e cresceu como cristã em Topeka, onde era conhecida como uma aluna brilhante. Casou-se com um homem chamado Fluke e teve dois filhos. Separou-se e se casou com o muçulmano Volkan Ekren, com quem teve mais três filhos. Como Fluke-Ekren, estudou na Universidade do Kansas e obteve um mestrado em pedagogia em uma universidade de Indiana.

O expediente judicial indica que seus advogados e o Departamento de Justiça passaram meses negociando a sua declaração de culpabilidade por uma única acusação, a de apoio a uma organização terrorista estrangeira, que pode lhe render até 20 anos de prisão. Sua sentença está prevista para 25 de outubro.