O ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, aliado dos rebeldes huthis, confirmou que estava disposto a negociar diretamente com a Arábia Saudita, sócia do governo reconhecido pela comunidade internacional, para colocar fim aos mais de dois anos de guerra em seu país.

“Estamos dispostos a negociar com Riad, em Khamis Mushit (sul do reino saudita), em Mascate (Omã) ou em outro lugar para um diálogo de entendimento”, declarou Saleh na terça-feira em um comício de seu partido, o Congresso Popular Geral (CPG), realizado na capital iemenita, Sanaa, controlada pelos rebeldes.

Saleh se ofereceu para dialogar várias vezes desde que a Arábia Saudita começou a intervir, em 2015, no Iêmen, à frente de uma coalizão militar árabe, embora nesta ocasião tenha destacado que o faria exclusivamente e de forma direta com os sauditas.

Descartou qualquer mediação do emissário da ONU para o Iêmen, Ismail Uld Sheikh Ahmed, que espera retomar no fim de maio as negociações de paz, em ponto morto desde que foram suspensas, em agosto de 2016.

O mediador estava nesta quarta-feira em Riad para falar com as partes envolvidas no conflito iemenita, indicou à AFP o porta-voz do governo iemenita em Riad, Rajeh Badi.

“Não temos outra opção a não ser dialogar”, insistiu Saleh, rejeitando a legitimidade do presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi.