A Justiça alemã acelerou nesta segunda-feira os procedimentos para um julgamento criminal pelo escândalo do “dieselgate”, acusando de fraude o ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn e outros quatro executivos da montadora por manipularem milhões de carros a diesel a fim de driblar as medidas contra a poluição.

Winterkorn foi acusado por “fraude” e “violação à lei contra a concorrência desleal”, informou a procuradoria de Brunswick.

Winterkorn não reagiu até o momento.

A Volkswagen, por sua vez, afirmou que se trata do resultado “de investigações contra indivíduos e que Volkswagen não deseja se pronunciar”.

A procuradoria não divulgou a identidade dos outros quatro acusados nem suas funções na Volkswagen.

Os crimes de que Winterkorn é acusado podem ser punidos com até 10 anos de prisão, informou a procuradoria, que acrescentou ainda que a investigação de outras 36 pessoas copntinuava.

– 11 milhões de veículos –

De acordo com o comunicado da acusação, o ex-presidente da Volkswagen responsável pela empresa quando o escândalo veio à tona em setembro de 2015, “não informou, quando teve conhecimento”, em 25 de maio de 2014, “às autoridades e clientes na Europa e nos Estados Unidos sobre as manipulações ilegais de motores diesel”.

Ele também é criticado por não ter renunciado por causa do escândalo e por “não ter impedido a venda de carros equipados com programas” capazes de falsificar os níveis de poluição.

O grupo é acusado de ter feito “com o aval de Winterkorn”, em novembro de 2014, uma atualização “inútil” de um programa para “continuar dissimulando” a fraude.

A gigante com 12 marcas admitiu, em 2015, ter equipado 11 milhões de carros com softwares capazes de forjar o nível de emissões.