O 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem, a 66 anos de prisão por dois homicídios, em maio de 2011. O julgamento, iniciado na última terça-feira (4), foi concluído na noite de ontem (7).

Apontado como chefe da quadrilha que controlava a venda de drogas na Rocinha até pouco tempo, Nem foi preso em novembro de 2011, durante operação na comunidade para a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ele também é considerado um dos responsáveis pelos confrontos armados, iniciados em meados do ano passado, pelo controle dos pontos de comércio de drogas na favela.

Nem foi condenado pelos homicídios qualificados e pelas ocultações de cadáver da modelo Luana Rodrigues de Sousa e da amiga dela, Andressa de Oliveira.

“Assim, considerando o longo período da apontada liderança, bem como a vastidão de agentes sob o comando do acusado, que exercia poder avocando funções exclusivas do Estado, impedindo, inclusive, que o Estado exercesse na plenitude sua soberania, face ao exército de criminosos associados e cumpridores de ordens do réu e, finalmente, o poder bélico necessário para a garantia da liderança na comunidade”, diz a sentença.

Na mesma sentença, foi condenado Thiago de Souza Cheru, a 30 anos e quatro meses de prisão. Anderson Rosa Mendonça e Rodrigo Belo Ferreira foram absolvidos.