A pane que deixou Facebook, Instagram e WhatsApp fora do ar por quase sete horas fez o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, perder aproximadamente U$ 6 bilhões nesta segunda-feira (4), de acordo com o ranking de bilionários em tempo real da revista Forbes. Esta terça (5), porém, pode não ser muito melhor a Zuckerberg.

Uma ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, 37 anos, irá depor ao Congresso dos Estados Unidos nesta terça (5) sobre as acusações que tornou públicas no último fim de semana. Haugen admitiu, em entrevista ao programa de televisão 60 minutes da CBS, que ela própria vazou os documentos usados pelo Wall Street Journal para uma série de reportagens sobre como redes sociais podem ser nocivas à saúde dos usuários, sobretudo jovens e adolescentes.

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Ex-gerente de produtos do Facebook, Haugen diz que a empresa tomou atitudes em benefício próprio em detrimento do público e que engana seus investidores com notas públicas que não correspondem à realidade interna da empresa. Ela diz que a rede social deixou sua integridade cívica de lado nas eleições presidenciais de 2020 ao se omitir sobre desinformação e notícias falsas (fake news).

“O que eu vi diversas vezes no Facebook é que havia conflitos de interesse entre o que era bom ao público e o que era bom ao Facebook. E o Facebook foi sempre escolhido para otimizar seus próprios interesses, como ganhar mais dinheiro”, declarou Hagen à CBS.

A ex-funcionária então copiou milhares de páginas de documentos internos da empresa para denunciar que o Facebook mentiu sobre seus esforços para erradicar o discurso de ódio, desinformação e violência, de acordo com o USA Today.

“O Facebook percebeu que se eles mudassem o algoritmo para ser mais seguro, pessoas gastariam menos tempo no site, eles irão clicar menos em publicidade e eles farão menos dinheiro”, acusa Haugen na TV.

Outro lado
Em nota enviada ao USA Today, Lena Pietsch, diretora de comunicação do Facebook, diz que “estamos prontos para responder qualquer pergunta sobre nosso trabalho. Fizemos melhorias significativas para conter a disseminação de desinformação e conteúdos nocivos”.