O ex-CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, foi considerado culpado, nos Estados Unidos, por seu papel no escândalo “dieselgate” da gigante automobilística alemã, segundo a Justiça.

A Justiça americana afirma que todos estavam cientes sobre o programa instalado em certos veículos para falsificar os resultados das emissões poluentes desde maio de 2014, mas que decidiram seguir em frente com a fraude, apontou o Departamento em comunicado.

“A acusação formal apresentada hoje alega que o plano da Volkswagen para enganar os requerimentos legais chegou ao topo da companhia”, disse o procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, citado na nota.

Winterkorn se declarou culpado no ano passado pelas acusações feitas pelos reguladores ambientais americanos.

Segundo o Departamento de Justiça, em meados de 2015, meses antes de o escândalo vir à tona, Winterkorn presidiu uma “reunião executiva de danos” na sede da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha, na qual a equipe de desenvolvimento de motores fez uma apresentação da forma como a companhia estava enganando os reguladores dos Estados Unidos e as consequências que a empresa enfrentaria se isso fosse constatado.

Segundo os procuradores, depois dessa reunião, Winterkorn autorizou a companhia nos EUA a continuar mentindo para os reguladores americanos.

Winterkorn renunciou em setembro de 2015 após as revelações da fraude sobre as emissões de gases em veículos da companhia. A Volkswagen configurou até 11 milhões de veículos no mundo todo para emitir até 40 vezes acima dos níveis permitidos de óxido de nitrogênio danoso, mas ocultava isso durante as revisões.