A prisão preventiva do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, foi motivada por coações contra outra ré do processo que investiga desvio de recursos da estatal paulista. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, ao menos três ameaças foram recebidas por ela e sua irmã nos últimos dois anos.

“As ameaças geralmente são veladas. São ameaças de que ela iria sofrer represálias, que iria cair junto. O objetivo da prisão preventiva não é só preservar provas, mas preservar a integridade física da ré”, disse a procuradora Thamea Danela, coordenadora interina da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.

As ameaças contra a ré, que é colaboradora das investigações, foram realizadas pessoalmente por meio de terceiros e não diretamente pelo ex-diretor. Segundo o MPF, a ameaçada relatou estar sentido medo e, recentemente, teve de mudar de endereço algumas vezes em razão disso.

A prisão preventiva de Paulo foi decretada no último dia 2 pela Justiça Federal, mas segundo a Procuradoria apenas nesta sexta-feira, 6, a Polícia Federal conseguiu se mobilizar para cumpri-la.

Além da prisão, a Polícia também fez busca e apreensão na casa e em outros endereços ligados ao ex-diretor. Segundo a procuradora Thamea, a busca visou apenas objetos eletrônicos.

A coordenadora da Lava Jato em São Paulo esclareceu ainda que até o momento a investigação não envolve nenhum agente público com prerrogativa de foro.

Mais cedo, a defesa de Paulo Vieira de Souza disse que a ordem de prisão do ex-diretor da Dersa foi uma medida “arbitrária, sem fundamentos legais, além de desnecessária diante do perfil e da rotina do investigado, sempre à disposição da Justiça”.