John Brennan, ex-chefe da agência de inteligência americana (CIA), qualificou nesta sexta-feira (27) o assassinato de um alto cientista nuclear iraniano como “um ato criminoso e extremamente perigoso”.

O homicídio corre o risco de causar “represálias letais e uma nova fase de conflito regional”, escreveu no Twitter, embora tenha dito ignorar quem está por trás da morte de Mohsen Fakhrizadeh, atribuída a Israel pelo Irã.

Fakhrizadeh, de 59 anos, chefe do departamento de pesquisa e inovação do Ministério da Defesa do Irã, foi atacado por várias pessoas em seu automóvel. “Ferido gravemente”, não pôde ser reanimado, informou o ministério em um comunicado.

“Tal ato de terrorismo de Estado constituiria uma violação flagrante do direito internacional e animaria mais governos a realizar ataques mortais contra funcionários estrangeiros”, disse o ex-diretor da CIA.

Duro crítico do presidente americano, Donald Trump, Brennan exortou o Irã a “resistir ao impulso” de tomar represálias e esperar “o retorno ao cenário internacional de líderes americanos responsáveis”, em uma possível alusão ao presidente eleito, Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro.

Brennan foi chefe da CIA de 2013 a 2017, sob a Presidência de Barack Obama, e enquanto Joe Biden foi vice-presidente.

Biden nomeou Avril Haines, ex-adjunta de Brennan, como diretora dos serviços de Inteligência dos Estados Unidos.