A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou proposta de acordo de Sébastien Durchon, ex-diretor de Relações com Investidores do Carrefour Brasil (Atacadão S.A.), para encerrar um processo sobre a divulgação tardia de fato relevante após a morte de João Alberto Silveira Freitas, em novembro de 2020, espancado até a morte em uma unidade do supermercado em Porto Alegre (RS).

O executivo vai pagar R$ 400 mil para a CVM, em parcela única. Com o acordo aceito, o processo é encerrado e não há assunção de culpa.

João Alberto foi morto na noite de 19 de novembro de 2020, uma quinta-feira, espancado na unidade do Carrefour. Em 23 de novembro, segunda-feira seguinte, as ações da empresa tiveram acentuada oscilação -foram mais negociadas e registraram queda de preço.

O primeiro fato relevante da empresa sobre o caso, porém, foi divulgado em 24 de novembro, quando reconheceu ser provável que a oscilação fosse desdobramento do crime.

Em 18 de janeiro de 2021, em resposta à Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM, a empresa afirmou que não divulgou ao mercado um fato relevante em momento anterior por entender que o “trágico episódio não teria, em uma primeira análise, o potencial de influir de modo ponderável na cotação das ações de sua emissão ou na decisão dos investidores de negociar com os valores mobiliários de sua emissão”.

Após a conclusão do termo de acusação, mas antes de ter sido citado pela CVM, Durchon apresentou proposta para celebração de termo de compromisso.