A estrutura e o mobiliário da escola são feitos de bambu, as salas ficam suspensas e têm luz natural, os professores escolhem o que ensinar com base em um leque de temas, os alunos aprendem a plantar, colher e cozinhar. Inaugurada em 2008, a Green School, localizada no meio de uma floresta em Bali, na Indonésia, é uma escola internacional, referência mundial em sustentabilidade e educação inovadora.

A australiana Nicola Unite, professora e uma das responsáveis pela elaboração do currículo de alfabetização da escola, participará na próxima terça-feira do Transformar 2017, evento sobre inovação em educação no Brasil, para contar sua experiência e o impacto na vida dos estudantes.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Nicola conta como a liberdade do conteúdo em sala de aula e o contato com a natureza motivam alunos e professores. “Somos muito privilegiados por estarmos cercados pela floresta, então usamos esse ambiente para guiar nosso ensino. Frequentemente levamos nossas aulas para o lado de fora, onde aprendemos com a geografia e a comunidade local. Sem luz artificial e com o som da natureza, os estudantes ficam muito mais calmos”, diz. Para ela, todas as escolas deveriam aproveitar o ambiente em que estão inseridas e as questões do cotidiano para envolver os alunos.

Na Green School, as aulas são sempre conectadas a projetos que buscam uma solução para um problema real e os alunos são estimulados a pensar e aprender ao seu modo e ao seu tempo. “Sinto que, quanto mais relevância o aluno consegue encontrar no que aprende, mais ele investe no processo.”

Ela ressalta que o modelo é possível porque os professores têm liberdade para montar currículos, cronogramas e métodos de ensino. “As aulas precisam foca mais os projetos do que as provas e os resultados, e é imperativo ter classes com menos alunos.” Para Nicola, a liberdade em sala reflete na motivação de professores e alunos. “O que considero mais importante é que as crianças adoram vir para a escola e aprender, porque aqui aprender é divertido.”