A qualidade do ar melhorou significativamente na Europa ao longo da última década, mas muitos europeus continuam morrendo prematuramente por causa da poluição, apontou nesta segunda-feira (23) um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEMA).

A poluição do ar é a maior ameaça ambiental para a saúde dos europeus, já que causa doenças respiratórias e cardiovasculares fatais, destaca o estudo.

Na última década analisada (2009-2018), a quantidade de mortes por causa dos principais poluentes do ar diminuiu.

A AEMA diz que na Europa dos 28 (UE + Reino Unido), o número de mortes vinculadas às partículas finas PM 2,5 (as que flutuam no ar com um diâmetro menor que 2,5 mícrons) passou de 417.000 em 2009 para 379.000 em 2018.

Apenas no que diz respeito ao dióxido de nitrogênio (NO2), gás que emana principalmente dos veículos e usinas térmicas, as mortes precoces diminuíram na ordem de 54% durante os últimos dez anos, de 117.000 a 54.000.

Desde o início dos anos 2000, as emissões dos principais poluentes atmosféricos, especialmente os óxidos de nitrogênio (NOx), diminuíram consideravelmente na Europa, afirma esta agência com sede em Copenhague.

No entanto, existe um ponto negativo no que diz respeito às partículas de ozônio (O3), cuja tendência é crescer, com 19.400 mortes precoces em 2018, ou seja, um aumento de 24% desde 2009.

“A melhora da qualidade do ar como resulado de políticas climáticas e ambientais é uma boa notícia mas, como toda boa notícia, também tem seu lado negativo, e não podemos ignorar que o número de mortes prematuras continua muito alto”, destacou o comissário europeu do Meio Ambiente, Virginijus Sinkevičius, citado no relatório.

Em 2018, 34% dos habitantes nas áreas urbanas ainda respirava partículas de ozônio em quantidade superior aos padrões europeus.

Os critérios europeus são menos rígidos que os da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual 99% dos habitantes da UE respiram partículas de ozônio muito acima do recomendado.