A decisão do presidente Donald Trump de manter soldados na Síria tem como objetivo convencer os europeus a enviar 1.000 tropas, disse nesta sexta-feira um influente senador americano.

A Casa Branca anunciou discretamente na noite de quinta que 200 soldados americanos de “manutenção da paz” permanecerão na Síria por tempo indefinido, o que marca uma redução significativas do plano inicial de Trump, segundo o qual os 2.000 soldados que estivessem lá deveriam se retirar antes de 30 de abril.

O senador Lindsey Graham, veterano político republicano, passou as últimas semanas fazendo um pedido pública para que Trump ajuste o plano de retirada.

À Fox News, ele garantiu que os 200 efetivos americanos permitiriam maior presença dos aliados europeus.

“Estes 200 provavelmente atrairão 1.000 europeus”, disse Graham.

“Milhares de europeus foram assassinados por combatentes (do Estado Islâmico) que vêm da Síria para a Europa. Agora, a responsabilidade recai na Europa. Cerca de 80% da operação deveria ser europeia, e talvez 20% nossa”.

A afirmação de Graham sobre o assassinato de “milhares” de europeus é um exagero.

Segundo grupos de acompanhamento, menos de mil pessoas morreram por ataques de islamitas de todas as origens na Europa desde 2014.

Contudo, essa retórica alimenta um dos temas favoritos de Trump: sua percepção de que os aliados europeus e a Otan não contribuem o suficiente para a segurança global.

Graham disse ter convencido Trump da necessidade de criar uma zona de segurança para proteger os combatentes curdos respaldados pelos Estados Unidos de um possível ataque da Turquia.

“Você não quer terminar uma guerra e começar outra”, teria dito Graham a Trump.