Aumenta a ameaça de impactos negativos na economia frente o descaso das autoridades com a Amazônia. Na terça-feira 15, oito países europeus enviaram carta ao vice-presidente da República afirmando que o atual ritmo de desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente. Segundo o Instituto YouGov, três em cada quatro cidadãos do bloco querem que a União Europeia pare de fazer negócios com o Brasil devido a questões ambientais. Na França e Espanha, o percentual dos que pedem o fim das relações chega a 78%. Entre os alemães, a taxa é de 74% e de 71% na Holanda. Em média, 70% desejam que o bloco só assine novos tratados comerciais com países que sigam os compromissos da região contra as mudanças climáticas.

Uma petição organizada por ONGs reúne assinaturas de 1,7 milhão de europeus que exigem o fim das transações entre os blocos. Além das queimadas, eles citam o uso excessivo de agroquímicos para pedir o fim das importações de frutas e legumes. No Brasil, 200 representantes do agronegócio, terceiro setor e universidades criaram o movimento Coalização Brasil. Eles levaram ao governo seis medidas para reduzir a derrubada da floresta. De agosto de 2019 a julho de 2020, a área sob risco de desmatamento chegou a 9.216 km².

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1189 da Revista Dinheiro)