As bolsas europeias operam sem direção única nesta manhã, na esteira de uma série de indicadores econômicos de peso e após notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, teria compartilhado informações confidenciais durante encontro com autoridades russas na Casa Branca na semana passada.

Segundo matéria do jornal The Wall Street Journal, Trump revelou a diplomatas russos dados sensíveis que não teriam sido compartilhados nem mesmo com aliados americanos. A acusação foi negada por Washington e Moscou.

“Em termos de possíveis implicações para os mercados, encontrar apoio no Congresso para medidas fiscais poderá ser ainda mais difícil para o presidente Trump se as últimas notícias minarem seu relacionamento com os republicanos”, comentou Piotr Matys, estrategista de câmbio do Rabobank.

Investidores vêm acompanhando de perto o progresso legislativo de Trump, não tanto por seu conteúdo mas como uma medida de quão bem-sucedido ele será em aprovar uma ampla reforma tributária. Em plano apresentado no mês passado, Trump propôs um imposto de 15% para as empresas.

A Europa também acompanha os primeiros passos do presidente da França, Emmanuel Macron, que assumiu o cargo no domingo. Em discurso ontem em Berlim, onde se reuniu com a chanceler alemã, Angela Merkel, Macron disse apoiar propostas para compras “de produtos europeus” e que a União Europeia precisa de políticas mais fortes contra o “comércio injusto”, assumindo um tom protecionista que tem sido mais característico de Trump. O líder francês também defendeu a adoção de tarifas antidumping mais altas.

Entre os indicadores europeus, destacou-se hoje a inflação anual do Reino Unido, que avançou de 2,3% em março para 2,7% em abril, atingindo o maior nível desde setembro de 2013 e ficando bem acima da meta de inflação de 2% do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

Já o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,5% no primeiro trimestre do ano ante os últimos três meses de 2016 e apresentou expansão anual de 1,7% no período, segundo revisão da Eurostat, que confirmou estimativas preliminares.

Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas subiu para 20,6 em maio, de 19,5 em abril, mas ficou abaixo da projeção de analistas, de uma leitura de 22.

Às 8h26 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,62%, enquanto Paris caía 0,25% e Frankfurt tinha baixa marginal de 0,01%. Entre mercados europeus considerados periféricos, Madri e Milão avançavam 0,15% e 0,36%, respectivamente, mas Lisboa recuava 0,52%. No mercado de câmbio, o euro se fortalecia a US$ 1,1059, operando nos maiores níveis em seis meses, enquanto a libra esterlina se enfraquecia levemente, cotada a US$ 1,2887. Com informações da Dow Jones Newswires.