A Europa anunciou nesta segunda-feira (3) novas medidas para aliviar as restrições de prevenção à covid-19, como uma proposta de abrir as fronteiras da União Europeia a pessoas vacinadas, enquanto o vírus continua causando estragos na Índia, prestes a superar os 20 milhões de casos.

O gigante asiático registrou 370 mil novas infecções e 3.400 mortes nas últimas 24 horas, elevando o balanço total para 19,9 milhões de casos e mais de 219 mil óbitos.

Os hospitais estão lotados, sem oxigênio e leitos.

Enquanto isso, a ajuda internacional prometida por mais de 40 países continua chegando e neste fim de semana os aviões com equipamentos médicos da Alemanha e da França pousaram em Nova Délhi.

“As pessoas morrem na frente dos hospitais. Não têm mais oxigênio. Às vezes, morrem nos carros”, explicou o embaixador alemão na Índia, Walter Lindner.

Diante da dramática situação, as autoridades de Nova Délhi prorrogaram mais uma vez o confinamento na megalópole de 20 milhões de habitantes.

– Sem festa da cerveja –

Na Europa, em um contexto de ligeira melhora e vésperas das férias de verão, as instituições avançam para tentar recuperar alguma normalidade.

A Comissão Europeia propôs aos países-membros da UE nesta segunda-feira que permitam a entrada de pessoas procedentes de nações que não integram o bloco, desde que tenham sido vacinadas contra a covid-19.

Em um comunicado, a Comissão Europeia – órgão executivo da União – propõe “permitir a entrada na UE por motivos não essenciais não apenas das pessoas procedentes de países com uma boa situação epidemiológica, mas também para as pessoas que receberam a última dose recomendada de uma vacina autorizada pela UE”.

De acordo com a proposta enviada aos países do bloco, as pessoas que teriam a entrada permitida na UE para viagens não essenciais precisam ter recebido a segunda dose da vacina pelo menos 14 dias antes da viagem.

Nesta segunda-feira, França e Grécia começaram a flexibilizar as medidas de restrição.

Na França, após um mês de fechamento, as escolas do ensino médio retomaram as aulas presenciais.

Também foram suspensas as restrições de circulação, que impediam os franceses de deslocamentos a mais de 10 quilômetros de suas casas, exceto por motivo de força maior.

Na Grécia, os cafés e restaurantes retomaram suas atividades nas áreas externas.

No Reino Unido, um show em Liverpool no domingo reuniu 5 mil pessoas sem máscara nem distanciamento, em um evento que o governo britânico autorizou para testar as medidas de segurança que planeja implementar a partir de 21 de junho, quando a maioria das restrições será levantada.

Já na Alemanha, o famoso Festival da Cerveja, que acontece de 18 de setembro a 3 de outubro em Munique (sul), foi cancelado pelo segundo ano consecutivo, pois, segundo autoridades locais, “as medidas (sanitárias) são praticamente impossíveis de aplicar “no local onde é realizada.

A Rússia, que enfrenta um recrudescimento da crise, decretou feriado até 10 de maio para conter as infecções.

– Acordo Covax-Moderna –

Os esforços para conseguir uma vacinação mais rápida, sobretudo nos países menos desenvolvidos, conseguiram um apoio importante nesta segunda-feira. O programa Covax, que favorece a distribuição igualitária de vacinas, assinou um acordo com a empresa Moderna para adquirir 500 milhões de doses.

Mas, para o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, é necessária uma maior participação das nações mais ricas, reunidas no G7, e “liderar os esforços globais para acelerar a vacinação no mundo”.

Até agora, o dispositivo Covax entregou 49 milhões de doses em 121 países e territórios dos 2 bilhões que tem como meta ao longo de 2021.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou nesta segunda-feira que começou a avaliar a vacina anticovid da Pfizer / BioNTech para crianças entre 12 e 15 anos, e a Novavax disse que também iniciou testes clínicos em adolescentes nos Estados Unidos.

Em outros países, como a Dinamarca, a campanha de vacinação será adiada ainda mais, após a suspensão do medicamento Johnson & Johnson por possíveis efeitos colaterais graves, referentes a um tipo muito raro de trombose.

No total, a pandemia de covid-19 matou mais de 3,2 milhões de pessoas em todo o mundo desde o seu início, entre mais de 152 milhões de infecções confirmadas.

A América Latina foi fortemente afetada, começando pelo Brasil, onde a vacinação ainda não decolou.

O país de 212 milhões de habitantes já registrou mais de 407.000 mortes e é o segundo mais afetado pela pandemia, atrás dos Estados Unidos (mais de 577.000).

Enquanto isso, o México detectou no domingo o primeiro caso de uma variante indígena do coronavírus no estado de San Luis Potosí, no centro-norte do país.

O Peru prorrogou até 15 de maio a suspensão dos voos do Brasil, Reino Unido e África do Sul para evitar a entrada de novas variantes do vírus.