Começou de forma mais escancarada a guerra por trás da guerra. Diplomatas dos Estados Unidos vazaram a jornalistas informações, veiculadas domingo (13), de que a Rússia pediu à China ajuda militar para invadir a Ucrânia. Além disso, Moscou teria solicitado também auxílio econômico para amenizar os impactos das sanções disparadas por americanos e europeus. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, se reuniu em Roma com Yang Jiechi, membro de elite do Partido Comunista Chinês e diretor da Comissão Central de Relações Exteriores do partido. “Estamos comunicando diretamente a Pequim que haverá consequências [à China] se ocorrerem esforços de driblar as sanções em larga escala ou de apoio à Rússia”, disse Sullivan à CNN no domingo. “Não permitiremos que isso avance e que haja uma tábua de salvação para a Rússia de qualquer país, em qualquer lugar do mundo.” Ele não fez nenhuma menção explícita ao suposto apoio militar da China, mas outras autoridades americanas falaram a respeito do tema sob condição de anonimato, como sempre.

FUTEBOL
Chelsea sob nova direção

BEN STANSALL

Um dos principais efeitos colaterais da invasão da Ucrânia no mundo dos esportes – depois do banimento da Rússia de competições – é a passagem de bastão do londrino Chelsea FC das mãos do magnata russo Roman Abramovitch, que comprou o clube em 2003 por 140 milhões de libras. Desde então, teria investido outros 1,5 bilhão de libras, especialmente em contratações. A família Ricketts, dona do time de beisebol Chicago Cubs, e o bilionário investidor americano Ken Griffin se juntaram para fazer uma oferta de compra. Sob Abramovitch, o Chelsea mudou de patamar e venceu cinco títulos da Premier League (principal campeonato inglês) e duas Champions League (principal europeu), além do Mundial de Clubes de 2021, sobre o Palmeiras, em fevereiro. Segundo a Forbes, o time inglês é o sétimo mais valioso do futebol mundial: US$ 3,2 bilhões.

MOMENTO X9
Brasil trai até espiões

Jonathan Toebbe, de 42 anos, e sua mulher, Diana, de 45, foram presos no fim do ano passado acusados de se apoderar de segredos militares americanos relacionados a submarinos nucleares e tentar vendê-los a um país. Ele, um engenheiro e ex-estudante de doutorado no tema. Ela, professora. Queriam dinheiro para se livrar dos problemas financeiros da família. Escolheram o cliente a dedo: Brasil. Segundo o jornal The New York Times, o casal tentou vender em abril de 2020 os dados à inteligência brasileira. Assim que contatada, nossa central de arapongas entregou o casal ao FBI, que os monitorou desde então. Os dois se declararam culpados em fevereiro. Ele deve cumprir 17 anos de prisão. Ela, três.

SAÚDE PÚBLICA
Covid tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro

Evaristo Sa

Votar no Bolsonaro mata. No mínimo essa é uma das conclusões – científicas – do estudo intitulado Involvement of Political and Socio-economic Factors in the Spatial and Temporal Dynamics of Covid-19 Outcomes on Brazil: A Polulation-Based Study, de autoria de Christovam Barcellos, Diego R. Xavier, Eliane Lima e Silva, Flávio Alves Lara, Gabriel R.R. Silva, Helen Gurgel e Marcus F. Oliveira. Os pesquisadores utilizaram dados de mortalidade entre fevereiro de 2020 e junho de 2021 em todas as 5.570 cidades brasileiras e cruzaram com os votos em segundo turno nas eleições de 2018. De acordo com o documento, “os municípios que apoiaram Jair Bolsonaro foram os que apresentaram as piores taxas de mortalidade por Covid-19, principalmente durante a segunda onda epidêmica de 2021 – esse padrão foi observado mesmo considerando as desigualdades estruturais entre as cidades.” Parâmetros socioeconômicos, incluindo categorias índices de renda e desigualdade, qualidade dos serviços de saúde e partidarismo foram levados em consideração. “Em geral, a primeira fase da pandemia atingiu com mais força as cidades grandes e centrais, enquanto a segunda onda impactou principalmente os municípios bolsonaristas, onde o negacionismo científico entre a população foi mais forte.” À colunista Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Christovam Barcellos, um dos pesquisadores, afirmou que “municípios médios com IDH alto e bolsonaristas têm quase o dobro da taxa de mortalidade em relação a municípios de igual estatura”.

CLIMA ESQUENTA
Conselho da Shell na parede

Treze executivos na parede – boa parte deles do Conselho de Administração da da britânica e centenária Shell. A encrenca foi iniciada pelo escritório de advocacia ambiental ClientEarth, que notificou judicialmente a Shell pelo que afirma ser o fracasso do Conselho de implementar uma estratégia climática que realmente se alinhe com o Acordo de Paris, ratificado pela Inglaterra. “A Shell está seriamente exposta aos riscos das mudanças climáticas, mas seu plano climático é fundamentalmente falho”, disse Paul Benson, advogado da ClientEarth, em comunicado. Se o caso legal for bem-sucedido, o tribunal poderá forçar o Conselho da Shell a alinhar sua estratégia climática com as metas do Acordo de Paris de 2015. Em resposta à ação legal, a Shell disse à rede CNBC por e-mail que estava cumprindo sua estratégia global em relação ao Acordo de Paris – que visa buscar esforços para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.

PAÍS SEM DINHEIRO
Famílias endividadas

Joa Souza

Pesquisa feita pelo FGV Ibre mostra que seis em cada dez famílias com renda de até R$ 2,1 mil mensais estão inadimplentes, porcentual que retrocede conforme aumenta a renda: vai para 38% entre as que ganham de R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil, desce para 24% na faixa entre R$ 4,8 mil e 9,6 mil e estaciona em 10% entre as que têm ganhos acima de R$ 9,6 mil. Os principais motivos para não conseguir sair do sufoco das prestações em atraso são, pela ordem, Aumento dos Preços (30%), Dificuldade de Aumentar a Renda (26%) e Dificuldade em Arrumar Emprego (17%).

Fabio X