Os Estados Unidos receberão “muito, muito em breve” um primeiro grupo de intérpretes afegãos devido à proximidade do fim da retirada americana, e buscam um país de acolhida para os outros, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, nesta quinta-feira (29).

Blinken se encontra no Kuwait para uma visita de menos de 24 horas, em meio a especulações sobre um possível acordo com este país do Golfo para acolher, em uma base americana em seu território, os intérpretes afegãos e suas famílias, à espera de que Washington os autorize a entrada nos Estados Unidos.

Na coletiva de imprensa com seu homólogo do Kuwait, ele não anunciou nada.

O tempo está se esgotando. Os militares americanos devem completar sua retirada do Afeganistão antes de 11 de setembro e os talibãs empreenderam uma ofensiva generalizada que gera preocupações com a vida dos afegãos que trabalharam para os Estados Unidos se os rebeldes tomarem o poder.

“Os Estados Unidos se comprometeram a ajudar aqueles que nos ajudaram durante os tempos difíceis no Afeganistão”, especialmente os “tradutores e intérpretes” e suas famílias, afirmou Antony Blinken.

“Estamos comprometidos muito ativamente neste processo” de “realocação”, acrescentou.

Ele afirmou que um primeiro grupo de auxiliares afegãos do Exército americano que tentam sair do país com medo de represálias dos talibãs chegará “muito, muito em breve” aos Estados Unidos.

Cerca de 700 intérpretes e outros membros da equipe auxiliar e seus familiares diretos – cerca de 2.500 pessoas -, que têm os documentos de imigração mais avançados, serão alojados no Fort Lee, uma base militar a 200 km de Washington, enquanto o Departamento de Segurança Nacional verifica seus dados, o que levará alguns dias, informou o Pentágono na semana passada.

Outro contingente de 4.000 auxiliares e suas famílias, ou seja, cerca de 20.000 pessoas, recebeu sinal verde da embaixada em Cabul para um visto imigrante, mas devem se submeter a controles de segurança exaustivos, um processo que pode levar meses.