Os Estados Unidos retornaram oficialmente ao Acordo de Paris sobre o Clima, nesta sexta-feira (19), e o governo do presidente Joe Biden prometeu tornar a batalha ambiental prioridade máxima de seu governo.

Exatamente um mês depois de tomar posse, a maior economia mundial e segunda maior emissora de carbono voltou formalmente ao acordo de 2015 que tem como objetivo combater o aquecimento global.

O acordo tem como objetivo limitar o aumento da temperatura global a 2ºC, acima dos níveis pré-industriais, e continuar o esforço para baixá-la para 1,5ºC.

+ EUA apelam a Mianmar para “não recorrer à violência” após a morte de manifestante

O reingresso de Washington significa que o Acordo de Paris volta a incluir, virtualmente, todas as nações do mundo.

Donald Trump, antecessor de Biden e aliado da indústria dos combustíveis fósseis, retirou os Estados Unidos do pacto, argumentado que era injusto com o país. A saída foi anunciada em 2017 e se concretizou em novembro de 2020.

“A mudança climática e a diplomacia científica nunca poderão voltar a ser ‘agregados’ em nossas discussões de política externa”, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado saudando o retorno dos Estados Unidos ao acordo.

“Abordar as ameaças reais da mudança climática e ouvir nossos cientistas está no centro das nossas prioridades de política interna e externa. É vital em nossas discussões sobre segurança nacional, esforços de saúde internacional para a migração e em nossas negociações comerciais e diplomacia econômica”, frisou.

Após elogiar o Acordo de Paris, negociado pelo ex-presidente Barack Obama, Blinken disse que a diplomacia climática será crucial.

Biden planeja uma cúpula do clima para 22 de abril, coincidindo com o Dia da Terra. E John Kerry, ex-secretário de Estado e agora enviado dos EUA para o clima, pediu ao mundo que aumentasse suas ambições nas conversas sobre o tema na ONU, ocorridas em Glasgow, em novembro passado.

O novo presidente dos EUA se comprometeu a tornar o setor energético dos EUA livre de poluição até 2035 e que o país passe a ser uma economia de emissões zero até 2050.

Os objetivos do Acordo de Paris são, no entanto essencialmente não vinculantes, e cada país redige suas próprias medidas. Obama e Kerry sempre insistiram neste ponto, conscientes da oposição política em casa.