Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira a retomada da ajuda aos palestinos, suspensa durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, com uma entrega de 235 milhões de dólares, o que decepcionou seu aliado Israel.

O governo Joe Biden informou que Washington voltará a realizar aportes junto à agência das Nações Unidas que se ocupa dos refugiados palestinos (UNRWA), com uma contribuição de 150 milhões de dólares. Os americanos também oferecerão 75 milhões de dólares em ajuda econômica e de desenvolvimento para a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, e 10 milhões para os esforços de paz.

“A ajuda externa dos Estados Unidos ao povo palestino atende a importantes interesses e valores americanos. Proporciona um alívio crítico aos mais necessitados, fomenta o desenvolvimento econômico e apoia o entendimento entre israelenses e palestinos, a coordenação da segurança e a estabilidade”, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

A verba se soma aos 15 milhões de dólares anunciados anteriormente pelos americanos para a luta dos palestinos contra a Covid-19, em meio às críticas recebidas por Israel, líder na vacinação de seus cidadãos, que não estendeu seus esforços aos territórios ocupados.

Tel Aviv argumenta que a imunização é de responsabilidade da Autoridade Palestina e mostrou descontentamento com a medida americana. “Expressei minha decepção e objeção à decisão de renovar o financiamento da UNRWA sem ter certeza de que certas reformas, incluindo o fim da incitação e a retirada do conteúdo antissemita de seu currículo escolar, estão sendo implementadas”, assinalou o embaixador Gilad Erdan.

A UNRWA já teve os Estados Unidos como principal doador, mas enfrenta um déficit desde que Trump retirou a contribuição, em 2018, sob o argumento de que os refugiados, alguns vivendo em acampamentos por gerações, devem ser realocados. A agência assinalou que viu suas necessidades aumentarem devido à Covid e às dificuldades enfrentadas pelos palestinos que vivem na Síria, no Líbano e na Jordânia.

O governo Biden vem restabelecendo as relações e apoiando os palestinos, mas não anunciou nenhuma iniciativa de paz para resolver o conflito histórico.