Washington adotou novas regras, mais rígidas, que limitam a entrada dos membros do Partido Comunista Chinês (PCC) nos Estados Unidos, informa nesta quinta-feira o jornal New York Times, que cita o Departamento de Estado.

As novas restrições, que entraram em vigor na quarta-feira, limitam a duração dos vistos dos membros do PCC e seus parentes diretos a um mês e não permite mais que uma entrada no país, segundo o jornal.

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“Durante décadas permitimos ao PCC um acesso livre e sem obstáculos às instituições e empresas americanas, quando estes privilégios nunca foram recebidos pelos cidadãos americanos na China”, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado, citado pelo New York Times.

Antes, os demandantes de visto poderiam obter uma autorização permanente como visitante para 10 anos. Segundo o jornal, as novas restrições poderiam afetar, teoricamente, 270 milhões de pessoas.

As tensões bilaterais se aprofundaram nos últimos anos em diversos âmbitos e os dois países adotaram medidas que restringem as viagens.

As autoridades de Pequim não confirmaram as novas restrições nesta quinta-feira, mas já haviam mencionado a possibilidade de aprovação das medidas, que consideraram uma “atitude odiosa e anormal em relação ao Partido Comunista”.

“Algumas forças antiChina nos Estados Unidos, estimuladas por um forte viés ideológico e uma mentalidade ancorada na Guerra Fria, estão oprimindo politicamente a China”, se limitou a declarar um porta-voz do ministério das Relações Exteriores em Pequim nesta quinta-feira.

Este ano, as autoridades chinesas expulsaram 15 jornalistas americanos de meios de comunicação importantes. Washington reduziu o número de credenciais dos jornalistas chineses para os órgãos governamentais e tornou mais severas as regras para vários meios de comunicação estatais chineses em seu território, por considerar que são “órgãos de propaganda”.

Além disso, nos quatro anos de governo de Donald Trump foram revogados os vistos de quase 1.000 estudantes e pesquisadores chineses suspeitos de espionagem nos Estados Unidos.

Pequim reagiu à decisão com a denúncia de “perseguição política e discriminação racial”.