A administração do presidente Donald Trump não deseja uma guerra com o Irã e sim dissuadir Teerã, revelou nesta terça-feira o Pentágono após uma audiência no Congresso em Washington.

“Trata-se de dissuadir, e não de entrar em guerra. Não estamos tratando de entrar em guerra”, disse o secretário interino da Defensa, Patrick Shanahan, após uma sessão no Congresso que teve a participação do secretário de Estado, Mike Pompeo.

Shanahan afirmou que os sólidos movimentos dos Estados Unidos nas últimas semanas, incluindo o envio de um porta-aviões à região do Golfo Pérsico, frustraram as ameaças iranianas na região.

“Conseguimos dissuadir os ataques com o nosso reposicionamento de forças. Dissuadimos os ataques contra as forças americanas”, declarou Shanahan.

“Nosso maior objetivo neste momento é prevenir um erro de cálculo iraniano. Não queremos que a situação vire uma escalada”.

Pompeo disse que as ações iranianas fazem parte de um contexto de “40 anos de atividade terrorista”, desde que a revolução islâmica de 1979 substituiu o Xá por um regime clerical antiamericano.

A reunião não satisfez muitos democratas, que afirmam que a atual tensão é resultado da postura agressiva da administração Trump e seu abandono da diplomacia.

“Me preocupa muito que, intencionalmente ou não, possamos criar uma situação em que se produza uma guerra”, disse aos jornalistas o senador Bernie Sanders, pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020.

“Acredito que uma guerra com o Irã seria um desastre absoluto, muito pior que a guerra no Iraque”, declarou Sanders, recordando que as guerras do Iraque e Vietnã foram baseadas em mentiras das administrações anteriores.