Conselheiros americanos que trabalham em um plano de paz entre israelenses e palestinos propuseram ao presidente palestino, Mahmud Abbas, uma confederação com a Jordânia, informou uma integrante de uma ONG de Israel após um encontro com o mesmo.

Em reunião com militantes israelenses pela paz em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, Abbas se referiu a uma conversa que teve com Jared Kushner, conselheiro de Donald Trump, e com o enviado especial do presidente americano ao Oriente Médio, Jason Greenblatt, informou à AFP Hagit Ofran, da ONG Paz Agora.

Segundo Hagit, Abbas teria respondido aos representantes americanos que teria interesse em uma confederação apenas se Israel fizesse parte da mesma. Trataria-se, segundo a ativista, de uma forma de recusar a proposta, uma vez que este último país jamais aceitaria tal sugestão.

Não foram divulgados detalhes sobre a data da reunião entre Abbas e os representantes americanos. A Autoridade Palestina cortou oficialmente qualquer contato com a Casa Branca depois que Trump anunciou, em dezembro, que os Estados Unidos reconheceriam unilateralmente Jerusalém como capital de Israel.

O gabinete de Abbas confirmou a reunião deste domingo com os militantes de Israel, mas não as declarações referentes à proposta de confederação com a Jordânia.

Parte da direita israelense considera que uma confederação palestino-jordaniana seria uma forma de evitar a criação de um Estado palestino independente, e de se desfazer de qualquer tipo de responsabilidade em relação aos 3,5 milhões de palestinos que vivem atualmente na Cisjordânia, território ocupado militarmente por Israel há mais de meio século.

Trump estipulou o objetivo de obter um acordo de paz “final” entre Israel e os palestinos, e encarregou seu genro e conselheiro, Jared Kusher, de trabalhar com uma equipe neste projeto. Kusher e Greenblatt fizeram um giro discreto pela região no fim de junho.