Washington, 12 – Pecuaristas e companhias processadoras de carne nos Estados Unidos produziram um recorde de 45,2 milhões de toneladas de carne vermelha e de frango no ano passado, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura do país (USDA), e podem superar esse volume em 2018. Tyson Foods, Sanderson Farms e outras empresas estão construindo novas unidades que devem resultar em um aumento de 3,8% na produção norte-americana de carnes em 2018, o maior crescimento em mais de 20 anos.

O rebanho bovino nos EUA se expandiu em 12% nos últimos quatro anos. Empresas produziram um recorde de 21,6 milhões de toneladas de carne de frango no ano passado, e o ritmo de abate de suínos foi o mais rápido já registrado. O aumento dos rebanhos e dos plantéis vem se traduzindo em custos mais baixos e maiores lucros.

Em novembro, a Tyson Foods disse que seu lucro por ação no ano fiscal 2017 foi recorde, enquanto a Hormel Foods obteve sua maior margem anual de lucro. Já a Sanderson Farms disse que vendeu 1,9 milhão de toneladas de carne de aves no ano passado.

Preços baixos de grãos estão contribuindo para o boom de animais de produção. Cinco anos consecutivos de safras robustas pressionaram as cotações de milho e de soja, com reflexos nos preços de ração animal. Além disso, a demanda robusta nos EUA e no exterior estimulou empresas processadoras de carne a construir mais e maiores frigoríficos.

Segundo analistas, esse aumento de produção pode resultar em preços mais baixos nos restaurantes e em supermercados este ano. Mas os americanos também devem consumir mais carne do que nunca em 2018, graças em parte ao fortalecimento da economia. A expectativa é de um consumo per capita de 101 quilos este ano, de acordo com projeção do USDA.

As exportações também devem crescer, com a expansão da classe média e o maior consumo de proteína no Sudeste Asiático, na América Latina e em outras regiões. Cerca de 15% da produção de carne dos EUA é exportada.

Essa perspectiva, porém, pode não se concretizar se a oferta superar a demanda ou se disputas comerciais prejudicarem as exportações norte-americanas. Para alguns analistas, o consumo dificilmente vai acompanhar a rápida expansão da indústria de carnes. “Acho que o aumento da oferta vai superar o crescimento da demanda pelos próximos dois a três anos”, disse a analista Heather Jones, do Vertical Group. Fonte: Dow Jones Newswires