O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se lançou nesta quinta-feira contra as importações de aço e citou a questão da segurança nacional para justificar sua posição.

“Não é apenas uma questão de preços, uma questão de empregos, também tem relação com a segurança nacional do nosso país; algo do qual não se fala”, declarou Trump.

“O aço é algo fundamental tanto para nossa economia quanto para nossas Forças Armadas. Não é uma área na qual podemos ficar dependentes de outros países”, disse o presidente na Casa Branca ao receber empresários da siderurgia.

Trump pediu ao departamento de Comércio que abra, o mais rápido possível, uma investigação sobre o aço baseada no artigo 232 do Código de Comércio para determinar se há questões de defesa nacional que justifiquem limitar a importação aos Estados Unidos.

Este procedimento foi invocado nos anos 70, durante a crise do petróleo, e em 2001, para o aço. O departamento de Comércio terá 270 dias para examinar o tema e enviar suas conclusões ao departamento de Defesa.

O secretário de Comércio, Wilbur Ross, declarou que as importações de aço nos dois primeiros meses de 2017 cresceram 19% em relação ao mesmo período do ano passado.

Estas importações representam 26% do aço disponível no mercado americano e colocam em risco um setor que opera com apenas 71% de sua capacidade, segundo Ross; ex-executivo da ArcelorMittal.

Perguntado sobre o impacto de eventuais medidas restritivas nas relações com Pequim, Trump disse que “isto não tem nada a ver com a China, tem relação com todo o mundo”.

Em fevereiro, a China exportou para os Estados Unidos 54.622 toneladas de aço, sobre um total mensal de importação de 2,43 milhões de toneladas.

Os Estados Unidos importam aço principalmente de Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul, Rússia, Turquia e Japão.

O departamento de Comércio assinalou que atualmente os Estados Unidos não adotam tarifas sobre as importações de aço, mas adiantou que iniciará procedimentos “antidumping” contra 152 categorias de produtos do setor.