Os Estados Unidos esperam resolver sua disputa com a França sobre a crise dos submarinos “na próxima semana” nas Nações Unidas, disse um porta-voz diplomático americano nesta sexta-feira (17).

“Temos estado em contato próximo com nossos aliados franceses” e “esperamos continuar nossa discussão sobre esta questão em alto nível nos próximos dias, inclusive na Assembleia Geral da ONU na próxima semana” em Nova York, afirmou Ned Price no Twittter.

Ele garantiu “entender” a posição de Paris e acrescentou que Washington tomou nota da decisão sem precedentes de chamar o embaixador francês para consultas em Paris.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, estarão em Nova York na próxima semana para a grande reunião anual da diplomacia mundial.

A França convocou seus embaixadores nos Estados Unidos e Austrália para consultas nesta sexta-feira, uma decisão inédita relativa a dois aliados históricos, depois que Canberra desistiu de comprar submarinos franceses.

“Esta decisão excepcional é justificada pela gravidade excepcional dos anúncios feitos em 15 de setembro pela Austrália e os Estados Unidos”, declarou Le Drian.

Paris continua irritada com o anúncio nesta semana de uma aliança na região do Indo-Pacífico entre americanos, australianos e britânicos, e ainda mais pela opacidade em torno de sua constituição.

Após a convocação de seu embaixador em Washington, um alto funcionário da Casa Branca já havia expressado seu “pesar” pelos franceses “terem dado esse passo”.

“A França é um parceiro vital e nosso aliado mais antigo, e acreditamos que nossa relação é extremamente valiosa”, afirmou Price, como parte dos esforços em andamento desde quinta-feira para apaziguar a ira francesa.

“A Aliança Transatlântica promove segurança, estabilidade e prosperidade em todo o mundo há mais de sete décadas, e nosso compromisso com esses laços e nossa colaboração é inabalável”, acrescentou ele, mais uma vez prometendo uma “cooperação” com Paris “em vários assuntos, inclusive na região do Indo-Pacífico”.