O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (4) que emitirá títulos da dívida no valor recorde de quase US$ 3 trilhões no segundo trimestre de 2020, essencialmente para financiar o plano de reativação da economia, paralisada pela pandemia do novo coronavírus.

O montante supera com folga o que o Tesouro geralmente emite num ano. No exercício fiscal que terminou em 30 de setembro do ano passado, foi emitido 1,28 trilhão de dólares.

Governo federal é o único que pode emitir dívida e moeda, diz Maia

Vamos precisar emitir moeda?

Este aumento “se deve, principalmente, ao impacto da epidemia da COVID-19, incluindo os gastos da nova legislação de ajuda a pessoas físicas e jurídicas”, detalhou o Tesouro em um comunicado.

A primeira economia do mundo está em boa medida paralisada pelas medidas de confinamento adotadas há semanas, que afetam a maior parte da população e os centros de produção.

O governo de Donald Trump concebeu três planos de reativação no valor de 2,7 trilhões de dólares, na tentativa de preservar o tecido econômico e os empregos no país.

O Estado federal não terá inconvenientes em encontrar interessados nestas emissões de 2,99 trilhões de dólares nestes tempos de incertezas no mundo inteiro. Os bônus do Tesouro dos Estados Unidos, que são títulos da dívida oferecidos aos investidores, são considerados os mais seguros do planeta e extremamente procurados em tempos de crise.

O mercado para estes bônus é tão importante em termos de volume que tem quase tanta liquidez quanto o dinheiro vivo, pois é possível comprar e vender títulos a qualquer momento.

A forte demanda assegura, ainda, ao governo americano obter crédito a juros baixos.

As discussões sobre o nível de endividamento dos Estados Unidos caíram, por enquanto, no esquecimento.