Os governos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália pediram nesta quinta-feira (3) ao Facebook que desista do projeto de criptografar as mensagens que circulam nas suas plataformas sociais sem garantir um acesso às forças de segurança, mas a solicitação não foi atendida.

Numa carta aberta, ministros destas nações solicitaram a Mark Zuckerberg que “não realizasse seu projeto de criptografia de ponta a ponta em seus serviços de mensagens (…) sem fornecer meios de acesso legal ao conteúdo, a fim de proteger (os) cidadãos”.

O Facebook “empreendeu um trabalho importante para combater os conteúdos ilegais mais sérios”, destacam na carta enviada os secretários americanos da Justiça , Bill Barr, e do Interior, Kevin McAleenan, e a secretária britânica do Interior, Priti Patel, e o ministro australiano dos Assuntos Internos, Peter Dutton.

No documento, eles observam que em 2018, foram detectados nas redes sociais 16,8 milhões conteúdos com imagens ou comportamentos pedófilos.

“Acreditamos que grande parte dessas análises de conteúdo não serão mais possíveis se o Facebook concluir seu projeto” e que 70% das descobertas não poderão mais ser feitas, acrescentando que a empresa “suspenda” seus planos enquanto são definidas soluções que garantam a segurança do usuário.

Os ministros também pediram a Zuckerberg que “integrasse a segurança pública à concepção de seus sistemas” e que “permita que as forças policiais tinham sem acesso legal ao conteúdo em um formato legível e utilizável”.

“Achamos que as pessoas têm o direito de manter conversas privadas na Internet”, respondeu a rede social, referindo-se à lei que permite aos investigadores solicitar dados das empresas através de um juiz.

“A criptografia já está protegendo as mensagens de mais de um bilhão de pessoas por dia”, acrescentou um porta-voz do Facebook. “Nós nos opomos fortemente às tentativas do governo de levantar portas ocultas”, acrescentou.

Criticado mundialmente por não proteger suficientemente os dados de seus usuários, o Facebook prometeu recentemente que vai encriptar sua plataforma Messenger, como já fez com o WhatsApp.