Por Humeyra Pamuk e Michael Martina e Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos irão considerar tomar medidas contra entidades ligadas ao Exército chinês que apoiaram a incursão de um balão espião da China no espaço aéreo norte-americano na última semana, disse uma autoridade sênior do Departamento de Estado dos EUA nesta quinta-feira.

Os EUA acreditam que o fabricante do balão chinês, derrubado pelo Exército norte-americano no último fim de semana na Costa Leste, tem “relação direta” com o Exército de Libertação Popular da China, disse a autoridade do departamento, em um comunicado.

Paralelamente, nesta quinta-feira, falando em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado, a vice-secretária de Estado, Wendy Sherman, destacou o voo do balão chinês como outro sinal das tentativas de Pequim de remodelar a ordem internacional.

Sherman também afirmou que Washington continuaria impedindo a exploração da China de tecnologia dos EUA em busca da modernização do seu próprio exército.

“A RPC é a única competidora com a intenção e os meios de remodelar a ordem internacional”, disse Sherman à audiência, se referindo à República Popular da China.

“Semana passada, o povo americano viu o mais recente exemplo dessa realidade, após o governo dos EUA detectar, monitorar e derrubar um balão de vigilância de alta altitude da RPC que havia entrado nosso espaço aéreo, em clara violação de nossa soberania e da lei internacional”.

“Esse ato irresponsável escancarou o que reconhecemos faz tempo: que a RPC se tornou mais repressiva domesticamente e mais agressiva internacionalmente”, acrescentou Sherman.

No entanto, Sherman disse que espera que Washington e Pequim consigam continuar trabalhando juntos em questões de preocupação mútua, como mudanças climáticas, “neste momento difícil”.

(Reportagem de Humeyra Pamuk, Michael Martina, Patricia Zengerle e David Brunnstrom; Reportagem adicional de Yew Lun Tian em Pequim)

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