O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acusou a China nesta terça-feira (2) de tentar “negar” a voz ao povo de Hong Kong ao impedir a realização de uma vigília para relembrar a repressão da Praça da Paz Celestial.

“Se houver alguma dúvida sobre as intenções de Pequim, essas apontam para a rejeição aos povo de Hong Kong de ter voz e opções, equiparando-os ao continente”, afirmou Pompeo em um tuíte em referência à autonomia e às liberdades da ilha em relação ao resto do país, algumas prerrogativas conhecidas como “um país, dois sistemas”.

As autoridades de Hong Kong proibiram a celebração anual em memória da repressão que ocorreu na Praça da Paz Celestial em Pequim em 4 de junho de 1989 – que costuma ser uma concentração importante que contrasta com o silêncio na China continental – devido às restrições para conter a propagação do coronavírus.

A porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, lamentou que pela primeira vez em 30 anos a polícia de Hong Kong não permitirá que se relembre o massacre.

“Pedimos às autoridades de Hong Kong que permitam que as pessoas recordem de forma pacífica as vítimas do Partido Comunista Chinês”, disse.

As relações entre Washington e Pequim estão tensas devido às acusações do presidente americano Donald Trump contra a China pela pandemia de coronavírus, que foi detectada pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.

A tensão se agravou ainda mais pelas intenções do governo chinês de aprovar leis para punir a secessão em Hong Kong.

Após o anúncio do processamento dessas leis de segurança que minariam as liberdades desta ex-colônia britânica, Estados Unidos indicou que encerraria o status comercial preferencial do qual Hong Kong desfruta.

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Zhao Lijian, comentou a onda de protestos nos Estados Unidos depois que um cidadão negro morreu asfixiado quando foi imobilizado por um policial branco e disse que a situação reflete “a gravidade dos problemas de racismo e a violência policial” no país.