Os Estados Unidos criticaram nesta quarta-feira (29) a África do Sul e o Catar por contratarem serviços médicos de Cuba para combater o coronavírus, acusando a ilha de se aproveitar da pandemia para continuar ganhando dinheiro às custas de seus funcionários de saúde, o que Havana negou.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, pediu para não endossar o sistema símbolo do governo comunista de Havana, e uma importante fonte de renda, que Washington considera uma forma moderna de “escravidão”.

Mortos no mundo por coronavírus passam de 220 mil (balanço AFP)

“Aplaudimos os líderes de Brasil, Equador e Bolívia e outros países que se negaram a fazer vista grossa a esses abusos por parte do regime cubano, e pedimos a todos os países que façam o mesmo, inclusive África do Sul e Catar”, disse Pompeu a jornalistas.

Washington acusa o governo cubano de reter 75% do salário dos médicos.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reagiu no Twitter, afirmando que os “Estados Unidos enganam deliberadamente quando atacam a cooperação médica internacional de Cuba com mentiras e calúnias”.

A África do Sul, que assim como o Catar mantém relações próximas com Estados Unidos, anunciou na segunda-feira a chegada de 217 especialistas e funcionários de saúde cubanos ao país, que registra o maior número de casos de coronavírus na África.

Sob sanções econômicas dos EUA desde 1962, Cuba recebeu 6,3 bilhões de dólares por seus serviços médicos em 2018.

A ilha, que está implementando sua chamada diplomacia do jaleco branco há mais de meio século, culpa Washington por fazer campanha para desacreditar uma iniciativa que enviou mais de 400.000 trabalhadores da saúde para 164 países.