Os Estados Unidos convidaram a China, nesta quinta-feira (9), para conversar sobre o controle de armas, acrescentando que se observa uma abertura de Pequim em relação a negociações tripartites com a Rússia, apesar das divergências.

De acordo com a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, “os Estados Unidos recebem de bom grado o compromisso da China para iniciar negociações sobre o controle de armas”.

“Nesse sentido” – acrescenta Morgan -, “os prudentes próximos passos precisarão incluir reuniões cara a cara entre Estados Unidos e China”.

O governo do presidente Donald Trump exigiu que a China participasse das negociações sobre o sucessor do tratado New START, que limita o arsenal nuclear da Rússia e dos Estados Unidos e que expira em 5 de fevereiro de 2021.

Pequim se absteve de participar das discussões iniciais sobre o tratado realizadas em Viena em junho entre os ex-rivais da Guerra Fria.

Mas, na quarta-feira, a China expressou sua disposição de participar de negociações a respeito do controle de armas com os Estados Unidos, alertando que Washington deveria reduzir drasticamente seu arsenal para igualar com o de Pequim.

Fu Cong, diretor geral do Departamento de Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que a proposta dos Estados Unidos nada mais é do que um “ardil” para Washington abandonar o New START e ficar livre para aumentar seu programa nuclear.

Apesar disso, os Estados Unidos disseram que Marshall Billingslea, o negociador americano, convidaria a China para uma conversa, a fim de seguir abordando o assunto.

“Todos traremos diferentes perspectivas e objetivos à mesa de negociações e certamente teremos discordâncias”, disse Ortagus.

“Mas está na hora do diálogo e da diplomacia entre as três maiores potências nucleares sobre como impedir uma nova corrida armamentista”, acrescentou.

Atualmente, os americanos possuem 5.800 ogivas nucleares e os russos 6.375, em comparação com 320 chinesas, 290 francesas e 21 britânicas, segundo o Instituto Internacional de Estocolmo para Pesquisa da Paz (SIPRI).