Os Estados Unidos condenaram nesta terça-feira (24) “a repugnante violência politica” na repressão aos protestos na Nicarágua, que matou mais de uma dezena de pessoas em uma semana. As manifestações foram desencadeadas na segunda-feira (16) pela decisão do governo de reformar a Previdência. O presidente nicaraguense Daniel Ortega revogou o projeto, mas os distúrbios continuaram – desta vez, contra os repressores.

No comunicado, a Casa Branca responsabilizou a polícia e simpatizantes do governo nicaraguense pela violência contra manifestantes – muitos deles estudantes universitários. A reforma proposta pelo governo reduziria em 5% as pensões e aumentaria as contribuições de empresas e trabalhadores ao sistema previdenciário.

Mas este é apenas um dos motivos de descontentamento. Desde que assegurou o terceiro mandato consecutivo, na eleição presidencial de 2016, Ortega tem sido acusado pelos opositores (e também por ex-aliados) de querer instalar uma dinastia na Nicarágua – parecida com a do ex-ditador Anastásio Somoza (aliados dos Estados Unidos), que ele combateu e ajudou a derrubar, quando era guerrilheiro de esquerda.