O governo dos Estados Unidos autorizou a libertação de mais dois dos 39 detidos em sua prisão militar da Baía de Guantánamo, em Cuba, segundo decisões publicadas pelo Pentágono.

O iemenita Sanad Yislam al-Kazimi e o afegão Asadula Haroon Gul, conhecido como Haroon al-Afghani, obtiveram aprovação para sua liberação em 7 de outubro, de acordo com documentos divulgados pela Junta de Revisão Periódica de Guantánamo.

Ex-guarda-costas de baixo escalão do fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, Kazimi, de 51, está em Guantánamo há 17 anos.

Ele foi preso em Dubai em novembro de 2002 e entregue a autoridades americanas no ano seguinte. Foi interrogado pela CIA no Afeganistão e, em seguida, transferido para Guantánamo em 2004.

Dada a situação volátil no Iêmen, o junta – formado por altos funcionários de segurança dos EUA – recomendou que Kazimi fosse enviado para o vizinho Omã, que tem um programa de reabilitação para detidos em Guantánamo.

Gul, por sua vez, com 40 anos, está em Guantánamo desde junho de 2007, acusado de comandar uma milícia islâmica e de ser um mensageiro da Al Qaeda.

A Junta de Revisão rejeitou sua libertação há um ano, mas a nova decisão concluiu que ele não tinha “um papel de liderança em organizações extremistas”.

Essas novas decisões elevaram para 12 o número de detentos de Guantánamo considerados aptos para serem soltos, de um total de 39 que permanecem na prisão.

O Departamento de Estado deve negociar com terceiros países para que aceitem-nos e mantenham monitoramento sobre eles.

No caso de Gul, isso pode significar entregá-lo ao governo Talibã, aliado da Al Qaeda, que assumiu o controle do Afeganistão em agosto.

O governo de Joe Biden está disposto a libertar mais presos de Guantánamo, depois que seu antecessor Donald Trump suspendeu as libertações.

Dos outros 27 em Guantánamo, cuja libertação não foi aprovada, dez, incluindo o autor intelectual dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, Khalid Sheik Mohamed, estão sendo fulgados.

Outros doi foram condenados, e o restante permanece em uma situação de limbo jurídico.