O governo dos EUA aprovou nesta terça-feira (11) um megaprojeto de turbinas eólicas no Atlântico, símbolo da vontade do presidente Joe Biden de desenvolver o setor de energia verde para combater as mudanças climáticas.

A Vineyard Wind espera a construção de até 84 turbinas eólicas em um raio de 12 milhas náuticas de Martha’s Vineyard e Nantucket, duas ilhas na costa de Massachusetts, famosas por serem centros turísticos para os ricos.

Esse parque eólico marinho no nordeste do país vai gerar 800 megawatts (MW) e fornecer eletricidade para 400.000 residências e empresas, ao mesmo tempo que criará 3.600 empregos, disse o Departamento do Interior em um comunicado.

A iniciativa faz parte de um grande plano de investimentos para desenvolver energia eólica marinha, que consiste em gerar 30 gigawatts de energia, o suficiente para abastecer 10 milhões de residências nos Estados Unidos até 2030. Para isso, o governo Biden planeja investir mais de 12 bilhões de dólares por ano nas costas do Atlântico e do Pacífico, criando dezenas de milhares de empregos.

“A aprovação deste projeto é um passo importante para alcançar as metas do governo de criar empregos sindicais com altos salários e, ao mesmo tempo, lutar contra as mudanças climáticas”, disse a chefe do portfólio, Deb Haaland.

Este sinal verde “não é o início de um único projeto, é o lançamento de uma nova indústria”, afirmou o chefe da Vineyard Wind, Lars Pedersen, em outro comunicado. A Vineyard Wind, empresa conjunta entre a Avangrid Renewables e a Copenhagen Infrastructure Partners, disse que o projeto estará operacional em 2023.

Apenas um parque eólico offshore está totalmente operacional nos Estados Unidos: o Block Island Wind Farm, concluído no fim de 2016 ao longo do estado de Rhode Island, com capacidade de produzir 30 MW. Um projeto na Virgínia com capacidade de 12 MW será concluído em 2026 e poderá fornecer energia para 600.000 residências, de acordo com sua futura operadora, Dominion Energy. Além disso, outros projetos estão em desenvolvimento, em Rhode Island, Nova York, Nova Jersey, Delaware, Maryland e Carolina do Norte.

O apoio de Biden à energia eólica contrasta fortemente com as posições do seu antecessor Donald Trump, que repetidamente ridicularizou essa energia renovável durante seu mandato, alegando que a mesma era cara e ineficiente. E esse não é o único exemplo do compromisso de Biden com a proteção do meio ambiente. Assim que assumiu o cargo, em janeiro, ele voltou ao Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas, que Trump havia abandonado, e, em abril, anunciou novas e mais ambiciosas metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.