Por Steve Holland e Humeyra Pamuk

WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) – Os Estados Unidos informaram nesta segunda-feira que não enviarão autoridades do governo aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim, e China prometeu “contramedidas” não especificadas contra um boicote diplomático desse tipo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no mês passado que estava considerando tal boicote diplomático em meio a críticas ao histórico de direitos humanos da China, incluindo o que os EUA dizem ser um genocídio contra muçulmanos em sua região ocidental de Xinjiang.

“O governo Biden não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022, diante do genocídio e dos crimes contra a humanidade em Xinjiang e outras violações dos direitos humanos”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a um briefing diário à imprensa.

“Uma representação diplomática ou oficial dos EUA trataria esses Jogos como se fossem normais, diante dos graves abusos e atrocidades dos direitos humanos da RPC em Xinjiang, e nós simplesmente não podemos fazer isso”, disse Psaki, referindo-se à República Popular da China.

A embaixada da China em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O boicote diplomático, que vinha sendo incentivado por alguns membros do Congresso dos Estados Unidos durante meses, não afetaria o comparecimento de atletas norte-americanos, disse ela.

“Os atletas do Team USA têm nosso total apoio. Estaremos 100% com eles enquanto torcemos a partir de casa”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Zhao Lijian disse mais cedo em Pequim que aqueles que pedem um boicote deveriam parar “para não afetar o diálogo e a cooperação entre a China e os Estados Unidos em áreas importantes”.

“Se os EUA insistirem em se apegar voluntariamente ao seu curso, a China tomará contramedidas resolutas”, disse Lijian, sem elaborar.

Os Estados Unidos são os próximos a sediar uma Olimpíada, em 2028, em Los Angeles, levantando a questão de como a China poderia responder.

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEHB50WJ-BASEIMAGE