O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos alertou as empresas e instituições turcas que têm relações comerciais com a Rússia que poderiam ser sancionadas, anunciou a principal organização de empregadores turca, Tusiad, na terça-feira (23).

“A Tusiad recebeu uma carta assinada pelo vice-secretário do Tesouro dos EUA, Adewale Adeymo, sobre o risco de sanção para as empresas na Turquia que mantêm relações com pessoas e instituições afetadas pelas sanções contra a Rússia”, disse a organização patronal em comunicado.

A carta, datada de segunda-feira e cujo conteúdo foi divulgado pelo jornal Wall Street Journal (WSJ), alerta que as empresas turcas correm um “risco maior” diante “das tentativas da Rússia de usar” a Turquia “para escapar das sanções”.

“As empresas turcas não podem esperar poder negociar com indivíduos ou entidades russas sancionadas e manter laços com os Estados Unidos […]. Os bancos turcos não podem esperar ter laços com bancos russos sancionados e manter seus relacionamentos com bancos mundiais nem podem ter acesso a dólares americanos”, alertou o Departamento do Tesouro na carta enviada a duas organizações patronais turcas, segundo o WSJ.

O presidente russo Vladimir Putin e seu colega turco Recep Tayyip Erdogan haviam anunciado, no início de agosto, um acordo para reforçar a cooperação energética e econômica, após sua reunião na cidade russa de Sochi.

Turquia, um país-membro da Otan, também anunciou o pagamento parcial em rublos do gás russo e que o sistema russo de pagamentos “Mir” seria utilizado por mais bancos turcos.

Segundo dados oficiais, as exportações turcas para a Rússia entre maio e julho aumentaram quase 50% em relação ao ano anterior.

A Turquia, que rapidamente condenou a ofensiva russa na Ucrânia, optou pela neutralidade entre os dois países e não apoiou as sanções ocidentais contra Moscou.

No momento, as autoridades turcas não reagiram oficialmente à carta do Departamento do Tesouro.