Os Estados Unidos advertiram a China nesta quinta-feira (21) contra a adoção de uma lei de segurança nacional em Hong Kong que, segundo Washington, seria algo desestabilizador para o território semiautônomo, sacudido por manifestações pró-democracia no ano passado.

“Qualquer tentativa de impor uma lei de segurança nacional que não reflita a vontade dos cidadãos de Hong Kong seria muito desestabilizadora e seria fortemente condenada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional”, disse a porta-voz da diplomacia americana, Morgan Ortagus.

A funcionária afirmou que as declarações de Pequim e a legislação proposta “socavam” as promessas que a China fez antes de retomar da Grã-Bretanha o controle do centro financeiro, em 1997.

“Exortamos Pequim a cumprir seus compromissos e obrigações na Declaração conjunta sino-britânica, inclusive a promessa de que Hong Kong ‘gozará de alto grau de autonomia’ e que as pessoas de Hong Kong gozarão de direitos humanos e liberdades fundamentais”, disse Ortagus.

O presidente Donald Trump também prometeu nesta quinta-feira dar uma resposta enérgica quando informado sobre a medida em Hong Kong.

“Não sei o que é, mas ninguém sabe ainda. Se acontecer, abordaremos o problema com muita força”, disse o presidente.

A China anunciou que vai apresentar uma legislação na sexta, primeiro dia de sua assembleia legislativa anual, que reforçaria a aplicação das leis em Hong Kong que proíbem a “subversão”.

Líderes e ativistas pró-democráticos advertiram que a medida seria “o fim de Hong Kong”, um temor expresso em meses de protestos maciços e às vezes violentos no ano passado.

O Congresso americano enfureceu Pequim ao aprovar em novembro uma lei que tiraria o tratamento comercial preferenciado de Hong Kong nos Estados Unidos se o centro urbano deixar de ser considerado autônomo da China continental.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse no começo do mês ter atrasado um informe sobre a certificação da autonomia de Hong Kong, como exige a nova lei, dizendo que o Departamento de Estado aguardaria o fim da reunião parlamentar.

O Departamento de Estado advertiu na quinta-feira que as ações da China afetariam sua decisão.