O governo de Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (15), uma série de medidas para restringir a capacidade do grupo chinês Huawei, que Washington considera uma ameaça à segurança nacional, de desenvolver semicondutores no exterior com tecnologia americana.

“Este anúncio bloqueia os esforços da Huawei para contornar os controles de exportação dos Estados Unidos”, afirma o Departamento de Comércio em comunicado.

O texto acrescenta que se concentrará “específica e estrategicamente na aquisição de semicondutores pela Huawei que sejam produto direto de determinados softwares e tecnologias dos EUA”.

A empresa chinesa de tecnologia especializada em telecomunicações está sob extrema pressão de Washington, que com seu lobby conseguiu aliados em todo o mundo para evitar os equipamentos desenvolvidos pela Huawei em nome da segurança, em um contexto de guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

No ano passado, a Casa Branca colocou a Huawei em uma lista que a impede de comprar componentes importantes e de operar no mercado dos Estados Unidos, embora tenha ordenado uma série de extensões para permitir que as empresas americanas que trabalham com chinesa pudessem se ajustar às proibições.

Nesta sexta-feira, a extensão foi prorrogada por mais 90 dias.

O Departamento de Comércio explicou que desde que a Huawei entrou para a lista negra em 2019, as empresas americanas que desejam exportar componentes devem obter uma licença do governo.

A Huawei, no entanto, continuou a usar software e tecnologia para projetar semicondutores terceirizando a produção para fábricas fora dos Estados Unidos, onde também são usados equipamentos fabricados em território americano, acrescentou o Departamento de Comércio.

Para o secretário de Comércio Wilbur Ross, a triangulação que a Huawei usa para contornar as restrições é inaceitável.

“Não é assim que um cidadão corporativo global responsável se comporta”, disse ele.

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