Os Estados Unidos acusaram o Irã, nesta sexta-feira (6), de interferir no processo de formação de um governo no Iraque, denunciando uma “grave violação” da soberania.

“Estamos estimulando os vizinhos a não se intrometer e [a não] minar a Constituição do país”, afirmou David Schenker, o principal diplomata dos Estados Unidos para o Oriente Médio, sobre a composição de um governo no Iraque, após a saída, em novembro, do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi.

Schenker disse que a presença do comandante iraniano Qassem Soleimani em Bagdá é “incrivelmente problemática” e constitui “uma grave violação da soberania iraquiana”.

Soleimani é o chefe da Força Al-Qods dos Guardiães da Revolução, o Exército ideológico do Irã.

Em um comunicado, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou que “os iraquianos querem recuperar seu país. Estão fazendo um apelo por uma reforma genuína e por líderes que prestem contas e sejam confiáveis, que vão pôr como prioridade os interesses nacionais do Iraque”.

Em paralelo, o Departamento do Tesouro anunciou sanções a líderes de milícias iraquianas que tenham laços com iranianos, devido à repressão dos protestos que varrem o país.

As sanções recaem sobre três líderes de milícias: Qais al-Khazali, Laith al-Khazali e Hussein Falil Aziz al-Lami. Eles integram as Forças de Mobilização Popular, ou Hashed al-Shaabi, uma milícia xiita próxima ao Irã.

Os três estão proibidos de entrar nos Estados Unidos e sem direito de acessar ativos que tenham no território americano.

Washington também impôs sanções ao político iraquiano Khamis Farhan al-Khanjar al-Issawi, por acusações de suborno.

Schenker advertiu que novas sanções poderão ser adotadas, inclusive contra funcionários do governo.