É comum associar o nome de Bill Gates à inovação. Desde a fundação da Microsoft e a popularização dos computadores pessoais, a figura do bilionário norte-americano ganhou lugar indelével ao lado de nomes como Isaac Newton, Marie Curie, Albert Einstein e outros grandes que transformaram o rumo da história.

Depois de revolucionar o mundo da tecnologia, Gates almeja uma mudança um tanto quanto insólita: a forma como o mundo se livra dos dejetos humanos. “Eu preciso admitir: uma década atrás, eu não poderia imaginar que um dia saberia tanta coisa sobre cocô”, disse ele durante a exposição Vaso Sanitário Reinvetado, na China, na última terça-feira (6).

Ao lado de um pote contendo fezes humanas, o magnata da tecnologia explicou o seu ambicioso plano. Nos últimos sete anos, a fundação Bill & Melinda Gates investiu mais de US$ 220 milhões em pesquisas de saneamento e novas tecnologias.

Parte do resultado foi apresentado nesta semana, na China: 20 modelos de vasos sanitários e de processamento de esgoto que eliminam patógenos nocivos e convertem resíduos corporais em água limpa e fertilizantes.

“As tecnologias que vocês verão aqui são os avanços mais significativos de saneamento em quase 200 anos”, afirmou.

Gates explicou a uma plateia de 400 pessoas como as novas técnicas para a esterilização de resíduos humanos podem ajudar a acabar com quase 500 mil mortes de crianças e economizar US$ 23,3 bilhões por ano em custos relacionados a diarreia, cólera e outras doenças provocadas por falta de água, saneamento e higiene.

A projeção de Gates é baratear os novos modelos de vasos sanitários, tornando-os acessíveis para residências, escolas, universidades e prédios públicos. “Você está economizando todos os gastos com água e produtos de processamento (do esgoto). Mas nós ainda temos de reduzir o preço em cerca de 10 vezes — o que não é atípico para mercados de novos produtos.”