O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) vai reforçar o esquema de proteção ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, em comparação ao existente hoje para o presidente Michel Temer. Esse reforço ocorrerá não só na posse, mas também a partir de janeiro, quando o GSI assume a segurança do presidente eleito.

“Nunca tivemos um candidato a presidente que tenha sofrido uma tentativa de assassinato. Isso, por si só, já justifica o reforço no esquema de segurança”, declarou o ministro-chefe do GSI, general Sérgio Etchegoyen, em entrevista na qual explicou que “a estrutura do GSI se adapta aos novos dirigentes”.

O ministro esclareceu que “ainda existem ameaças” a Bolsonaro e que, até que elas sejam totalmente esclarecidas e disseminadas, “elas permanecem vivas” e sob atenção e cuidado da equipe de segurança. “Toda ameaça só deixa de ser ameaça quando está totalmente esclarecida”, observou.

Ao exemplificar as ameaças identificadas contra Bolsonaro, o ministro mencionou a ocorrência de um caso no Rio de Janeiro, que, de acordo com ele, foi neutralizado. “Mas outras ameaças existem”, avisou o ministro, lembrando que a estrutura de segurança será adaptada à nova família presidencial.

Depois de lembrar que Bolsonaro ainda sofre restrições por conta do atentado de que foi alvo em setembro na cidade de Juiz de Fora (MG), Etchegoyen salientou que a “sugestão já repassada à equipe do novo governo é que a segurança do presidente Bolsonaro tenha alguns cuidados a mais” e “muito mais cautela”.

Apesar de confirmar o reforço, Etchegoyen não quis falar sobre número de militares que estarão trabalhando na Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes, Congresso e Palácio do Planalto. “Podemos assegurar que a segurança será absoluta”, avisou.

Família

Por conta do tamanho da família do presidente eleito e da existência, agora, de um vice-presidente da República, o ministro Etchegoyen reiterou que haverá aumento do contingente envolvido na segurança presidencial, mas não revelou o número de pessoas.

Como três filhos de Bolsonaro são parlamentares – Eduardo foi eleito deputado federal, Flávio assumirá uma vaga no Senado e Carlos terá um mandato de vereador -, Etchegoyen pediu ao Congresso e à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro que assumam a segurança nesses casos.

“Mandei um ofício, ao Rio e ao Congresso, sugerindo que eles assumam a segurança dos que são parlamentares”, afirmou o ministro, justificando que poderia haver questionamento de um agente do GSI, do Poder Executivo, acompanhando uma reunião parlamentar ou no plenário, por exemplo, para oferecer segurança àquele filho do presidente.

“Tanto o nosso Congresso, quanto Câmara dos Vereadores do Rio têm estrutura de segurança. Então, a nossa sugestão, em respeito à separação e autonomia dos Poderes é que, apesar de serem filhos do presidente, os Poderes a que eles pertençam respondam pela segurança deles”, declarou o ministro, ressalvando ainda que existem algumas interpretações jurídicas para esses casos, que ainda estão sendo esclarecidas. Nenhum dos órgãos, de acordo com o ministro, havia respondido às demandas do GSI até esta terça-feira.