Recentemente, o humorista Fabio Porchat compartilhou em suas redes sociais que havia deixado o carro no estacionamento do Aeroporto Santos Dumont antes de viajar para São Paulo. Ao voltar para o Rio, pegou um táxi para casa e só se lembrou do automóvel no dia seguinte! Ou seja, o problema de memória não aflige apenas os mais velhos.

Novo estudo divulgado no fim de novembro pela Academia Americana de Neurologia reforça que substâncias com alto teor de antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres e são encontrados em frutas e verduras, assim como no chá e no vinho.

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A pesquisa que envolveu 961 participantes com idade média de 81 anos sem qualquer sintoma de demência verificou com que frequência consumiam determinados alimentos e se submeteram a testes cognitivos anuais, tendo sido acompanhados por sete anos. Os que mais contribuíram foram: couve, brócolis, espinafre, chá, feijão, tomate, maçã, vinho, laranja, tomate, além de azeite e pera.

Daniel Schacter, professor de psicologia da Universidade de Harvard, lançou há duas décadas o clássico “Os sete pecados da memória”, no qual categorizava e explicava as principais falhas de esquecimento. Numa edição atualizada no 20º aniversário do livro, incluiu uma análise sobre como a tecnologia pode estar afetando nossa capacidade de reter informação e de que forma a memória está relacionada com o planejamento do futuro. Enfatiza que devemos treinar a memória e que a melhor forma de aprender é se testando, fazendo perguntas a si mesmo: “para os estudantes, esse método é bem mais eficiente do que reler textos inúmeras vezes”. Sobre o que muda quando envelhecemos, ensina:

Para driblar a dificuldade de reter informações, a sugestão é criar “deixas”, como colocar coisas em lugares visíveis para não se esquecer de tarefas e atividades. Avalia que há muita ansiedade em relação aos potenciais efeitos adversos da tecnologia e do mundo digital, mas não vê tantas evidências de que a memória esteja sendo prejudicada. “O que percebo é que, ao depender tanto da tecnologia, nossa memória deixa de ser ativada. Ao utilizar o GPS, por exemplo, não vou desenvolver uma lembrança tão precisa sobre um percurso”.

Uma das suas reflexões mais instigantes é a de que as memórias são úteis para simular o futuro: “uma das razões das lembranças que às vezes se misturam, dos chamados erros, é o fato de precisarmos de um sistema flexível que nos permita recombinar diferentes aspectos das vivências passadas para antecipar e simular eventos futuros. O passado se remodela com o conhecimento, com as crenças e emoções atuais”.